Nos alimentos frescos ou embalados, se não os usarmos no seu tempo certo, normalmente forma-se mofo ao longo dos dias.
O mais seguro é que com o passar dos dias uma fina camada de mofo comece a se formar em sua superfície.
Este é uma sinal visível de deterioração que é muito perigoso para a nossa saúde, uma vez que tendem a se formar bactérias oportunistas, como as micotoxinas.
Não é certo remover o mofo e comer o resto!!!. Algumas micotoxinas (produzidas por fungos) são consideradas cancerígenas.
Em 2019, a ex-primeira ministra do Reino Unido, Theresa May, fez uma recomendação polêmica para comer a geléia mofada. A revelação ocorreu durante uma discussão de gabinete sobre como reduzir o desperdício de alimentos.
A ex-primeira ministra britânica iniciou um debate nacional confessando a seus ministros que nunca joga um pote de geléia com mofo na superfície, mas raspa alguns centímetros da parte superior e come a parte inferior. Theresa May diz que os pessoas devem usar o “bom senso” para verificar sua comida antes do jogá-la fora.
O mofo também acontece com as frutas. Quando encontramos, por exemplo, uma laranja mofada, retiramos a parte afetada e comemos o que está supostamente em bom estado.
Quando guardamos um tupper com molho de tomate na geladeira e você vê que se formou mofo em um canto, e como cheira bem, você remove a parte afetada e usa o resto para cozinhar.
São muitos os exemplos a citar, e todos obedecem ao desejo de ser econômico e não jogar comida no lixo, porém comer o resto da comida mofada pode prejudicar seriamente a nossa saúde.
Há exceções a tudo isso: os mofos usados para fazer certos alimentos, de forma controlada e estável, não são perigosos, como queijos moles curados com mofo como o camembert ou o brie, queijos azuis como o Roquefort ou Cabrales, ou por exemplo o katsuobushi , o atum defumado e seco típico da culinária japonesa.
O que acontece quando comemos algo com mofo ou parte de um alimento da qual removemos a parte em mau estado?
Provavelmente, nada acontecerá, a menos que sejamos alérgicos a algum tipo de fungo ou tenhamos um sistema imunológico fraco, uma reação alérgica de maior ou menor gravidade pode ocorrer.
As reações mais frequentes são problemas respiratórios (embora isso ocorra mais no caso do mofo que respiramos do que comemos) ou distúrbios digestivos, como dores de estômago, vômitos ou diarreia.
O que são micotoxinas e como elas nos afetam?
Micotoxinas ou toxinas fúngicas são substâncias produzidas por várias espécies de fungos, como Aspergillus, Fusarium e Penicillium, as mais importantes.
Quando as condições adequadas de temperatura (entre 24 e 28) e umidade são dadas, essas micotoxinas ocorrem naturalmente no metabolismo secundário de alguns gêneros de fungos e podem crescer nos alimentos, tanto no cultivo como no armazenamento.
Nota importante: geralmente não desaparecem com o cozimento, como acontece com a maioria das bactérias.
Como podemos fazer para evitar micotoxinas
Evitar este tipo de bactéria a 100% é quase impossível, visto que se trata de substâncias que ocorrem naturalmente em alguns alimentos, ambos não processados, como cereais, oleaginosas, frutas, vegetais, nozes, frutos secos, café, cacau e especiarias. Ou processados, especialmente em produtos à base de cereais (pão, massas), bebidas (vinho, café, cacau, cerveja, sucos), alimentos de origem animal (leite, queijo) e alimentos para bebês.
Para evitar esse tipo de situação, devemos levar em consideração alguns procedimentos que recomendamos a seguir.
- Mantenha os alimentos em local com baixa umidade e temperatura adequada, conforme exigido pelo produto.
- Não deixe alimentos cozidos fora da geladeira por mais de duas horas e mantenha-a sempre tampada.
- Mantenha os locais de armazenamento, como a geladeira e a despensa, limpos.
Em termos gerais e com exceções, os mofos verdes e brancos são considerados inofensivos, enquanto os marrons devem ser evitados.
Os que se desenvolvem em queijos, como o Penicillium Camemberti, que encontramos em queijos como o Camembert, também são seguros. Esses tipos de fungos se reproduzem na refrigeração e por isso a proliferação de micotoxinas é menor.
Estes são alguns alimentos que temos que desfazer quando os encontramos:
- Salsichas e carnes defumadas.
- Qualquer tipo de carne cozida ou estufada.
- Cereais e seus derivados (massas, pão, etc)
- Legumes.
- Iogurtes, cremes azedos ou pastas.
- Geléias.
- Frutas e verduras.
- Nozes e derivados, como cremes de cacau ou amendoim.
Com os devidos cuidados, podemos guardar alguns alimentos duros em que os fungos se espalham mais lentamente, como cenoura, abóbora, salame duro ou queijos curados, cortando sempre alguns centímetros da parte infectada.
As mulheres grávidas podem comer queijo mofado?
Sempre há a questão de saber se você pode comer queijo durante a gravidez ou não, principalmente queijos mofados. A resposta é NÃO, você não pode comer se estiver grávida. Doenças que o queijo com mofo pode afetar são toxoplasmose e listeriose.
Podem pegar toxoplasmose comendo frutas ou vegetais não lavados, peixe cru e carne crua. O contato com fezes de gato também traz riscos.
O principal risco de comer queijo com mofo é a listeriose. Esta doença é uma bactéria (Listeria) que encontramos no queijo mofado.
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